Willy Wonka (Gene Wilder), dono da fantástica fábrica de chocolates promove um concurso mundial. Os que encontrarem os cupons escondidos em barras de chocolate terão acesso aos segredos de sua fábrica. Charlie, um menino órfão de pai, entregador de jornal, sonha encontrar um dos cupons. Seu avô, adoentado, estimula-lhe o sonho, mas será que a sorte vai sorrir para um pobre menino entregador de jornais?
Outro dia revi este filme com meu filho. A cara irônica de Gene Wilder, as estranhas máquinas e engenhocas, os lumpa-lumpa e suas canções entre engraçadas e didáticas, as cores típicas de certos filmes dos anos 70, as fantasias de Charles e a dureza da família pobre, tudo me fez retornar à primeira vez em que assisti a esse filme que tem por trás David Woper.
Lembro que a TV de casa era preto e branco. Chovia muito, mas o dia não era feio – tinha um sol querendo aparecer. Era dezembro, com certeza, pois havia cheiro de cera aplicada no vermelhão do chão.
Engraçado é que quando me lembro dessa primeira vez em que assisti ao filme, as imagens me parecem mais nítidas do que as que assisti com meu filho recentemente. Não sei se a reprodução não era das melhores – embora em DVD.
Porém, de vez em quando, olhava para meu menino vidrado na tela. A década de 70 está meio demodê, mas ele não sabe disso. Quando os lumpa-lumpa apareciam, ele saltava na poltrona e ensaiava cantar com eles. Quanto Charlie e o avô começaram a flutuar entre bolhas de sabão, depois de beber uma sopa esquisita do Sr. Wonka, jurei que também meu filho ia flutuar sobre a poltrona.
As imagens que têm saído da TV ultimamente não são das mais auspiciosas para as crianças. O massacre ocorrido na volta às aulas na Rússia, as explosões que no Iraque, na segunda quinzena de setembro, vitimaram quase 40 crianças, a guerra entre Israel e Palestina, diariamente a produzir cenas pavorosas, em que crianças são alvos comuns, são realmente de testar nossa capacidade de ter fé na humanidade.
Então alguém pergunta: O que isso tem a ver com a Fantástica Fábrica de Chocolates do sr. Wonka? Acho que nada. Mas precisávamos fazer alguma coisa. Não acham? Crianças de três, quatro, cinco anos a vender bugigangas em semáforos... meninos servindo de aviãozinho para traficantes e meninas de diversão sexual..., ambos sendo explodidos em atos insanos... Sei não. Precisávamos ser mais incisivos na solução de violências contra as crianças. Quando elas sonham, cantam, fantasiam e riem, toda humanidade se torna melhor. Seria interessante que fôssemos melhores.
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