No mundo atual, os parâmetros da globalização têm a pretensão de moldar as normas do viver e do com-viver das sociedades, com propósito de uma “interação mundial” bastante particular e cujos efeitos vamos conhecendo mais ampla e profundamente nestes inícios de anos 2000.
Parte essencial dessa mundialização, as novas tecnologias da comunicação, propiciadoras de acesso imediato às informações e ao entretenimento numa abundância nunca suspeitada, exercem papel predominante nessa instantânea interação, ao mesmo tempo fascinante e desafiadora.
Todavia, essa interação tem sido feita no mais das vezes em detrimento das experiências locais, comunitárias e mesmo nacionais, do que tem resultado, para estes lados do Ocidente, uma hamburguerização cultural inaceitável.
As identidades locais, comunitárias, nacionais, precisam florescer, e as tecnologias hoje disponíveis podem auxiliar e muito nessa floração cultural.
No caso específico do Brasil, é evidente a carência de espaços inclusivos que propiciem aos trabalhadores, grupos sociais e comunidades, quase sempre privados das mínimas condições de lazer, conforto e cultura, o acesso a essas tecnologias.
Em razão disso e por sua natureza de massa, o cinema, a televisão e as tecnologias audiovisuais em rede são elementos decisivos no estabelecimento, ou na dissolução, de identidades culturais particulares, regionais e mesmo nacionais. Não existir para essas mídias é como se estar confinado em gueto e, no limite, condenado à morte simbólica lenta e calada; por outro lado, existir para elas nos termos de hoje pode significar para estereotipia e ou caricatura de grupos sociais, regionais e nacionais.
De posse das tecnologias cibernéticas e audiovisuais, o trabalhador atendido nessas necessidades urgentes e contemporâneas terá condições de desenvolver sua consciência crítica, seu olhar e ver, em relação ao mundo digital, ao cinema, à TV e às demais tecnologias audiovisuais, tão importantes atualmente na construção de identidades e da auto-imagem individual e comunitária.
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